domingo, 22 de maio de 2011

Palocci e a estória da carochinha (ou pra boi dormir)

Este blog ficou inativo nesse início de governo por dois motivos, a saber: primeiro por ser início de uma gestão, onde precisamos de alguns meses para podermos formar opinião. Segundo, pelo fato de Dilma Rousseff, em seus primeiros meses, ter assumido uma postura bem diferente do seus padrinho e antecessor, atuando com discrição e prometendo mais gerência e menos politicagem. Pois é, foi apenas impressão...

Tirando o fato que Dilma prometeu, para ajudar a conter a inflação, cortar na carne gastos supérfluos - que são muitos - logo no seu primeiro mês de mandato e que hoje vemos, infelizmente, que sua equipe econômica dá cabeçadas em público e os gastos com custeio continuam a todo vapor, aumentando aliás. Investimentos, que não podem nem suportam mais prorrogação, estes sim estão parados ou com contigenciamento de verbas. Criação de cargos comissionados, de repartições novas, gastos desnecessários, estes apontam não ter perdido força alguma. E NÓS É QUE PAGAMOS ESSA CONTA!

Lula deixou uma tremenda herança maldita, na forma de dívidas, programas encrencados e um caminhão de promessas largadas pelo caminho. Lula foi aquele espertalhão que saiu Brasil afora inaugurando placas apenas, terrenos vazios, sonhos irrealizaveis. Isso tudo deixou um rastro de pólvora em forma de despesas futuras.

Dilma, que no início pareceu mostrar indepêndencia, agora, com a crise em torno do seu primeiro ministro Antonio Palocci, deixa transparecer a todos que é mesmo um boneco ainda atrelado ao criador. Poderia ter dado uma mostra de autoridade e demitido o ministro encrencado em explicar a fabulosa quantia de 20 milhões que apareceram em sua conta bancária, mas preferiu se rebaixar a politicagem rasteira pedindo penico a Lula e seu fiel escudeiro para assuntos de comunicação e imprensa Franklin Martins.

Isso só mostra que teremos mais 3,5 anos de governo fraco. Mais um mandato perdido. A montanha de problemas que exigiriam um presidente de pulso firme para enfrentá-los será mais uma vez adiada. Lula passou 8 anos empurrando isso com a barriga. Em seus dois mandatos NENHUMA reforma estrutural foi feita. Dilma mostra-se agora incapaz de fazer algo também. E o Brasil segue capenga, crescendo economicamente, mas jogando seus problemas, que são muitos, debaixo do tapete. Vamos crescendo desorganizadamente, sem planejamento, como um puxadinho sobre outro no fundo do quintal.



CASO PALOCCI:

Só sendo um tremendo otário para se acreditar que palocci amealhou por baixo uns 20 milhões em um ano prestando consultoria. Está na cara que houve tráfico de influência, já que Palocci, mesmo tendo perdido a cadeira de ministro de Lula na esteira do Escândalo do Caseiro Francenildo, era uma espécie de conselheiro privilegiado junto ao presidente barbudo. Palocci voltou a ser deputado federal, participava das mais importantes comissões temáticas do congresso e tinha acesso irrestrito a todos os orgãos governamentais. Conselheiro econômico e político de Lula, entrava em seu gabinete praticamente sem marcar hora.

Tanto poder tinha que se tornou coordenador da campanha eleitoral de Dilma, indicado por Lula. Com sua vitória, assumiu o mais importante ministério e já era nome para disputar o governo do estado de São Paulo em 2014. Dilma eleita, Palocci recebe instantaneamente milhões em sua conta corrente e compra uma mansão em forma de apartamento por declarados 6,5 milhões.

Querer fazer que acreditemos que ele prestou "consultoria", via uma empresa que nunca ninguém ouviu falar até hoje, empresa essa que não tem funcionários, não tem website, não tinha nem mesmo escritório com placa na porta, é de fazer rir. Empresas de consultoria que faturam isso que Palocci faturou tem no mínimo uma centena de funcionários, distribuem boletins mensais na rede, tem dez, vinte anos de trabalhos na praça e estão sempre aparecendo na mídia como fonte e referência a diversos assuntos coligados. Palocci nunca escreveu um livro (salvo uma biografia chapa-branca que nem por ele foi escrita, mas encomendada), não é mestre nem Phd em nada, não tem artigos da sua empresa publicados em local algum, além de ser médico e não economista. Sua única experiência é a política, dos cargos que já ocupou, e seus contatos dentro do governo do qual fazia parte. Resumindo, a única coisa possível que justifique essa dinheirama é tráfico de influência ou mesmo desvio de verbas de campanha, o famigerado caixa 2. Só engana quem se quer enganar.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Aguardando a oposição se mexer!

Incrível a perda de tempo precioso que foi o último programa eleitoral do PSDB em rede nacional, semana passada.

Apesar de terem finalmente dado o espaço merecido a FHC, o conteúdo ficou um tanto a desejar. FHC poderia ter sido muito mais explorado, e ele sempre tem coisas interessantes a dizer.

Porém, sendo o primeiro programa nacional do partido na TV desde as eleições, caberia ao candidato José Serra a honra de abrir o programa, agradecendo seus mais de 40 milhões de votos e informando que o partido ao qual pertence e que com ele concorreu ao cargo máximo da nação estaria agora fazendo o que se espera: OPOSIÇÃO.

Poderiam deixar claro, sendo até didático, que ser oposição não é apostar contra o governo eleito. É ser fiscal, cobrando cada promessa jogada ao vento durante a campanha. Afinal, alguém precisa alertar tanto o eleito quanto os eleitores que uma promessa de campanha é um compromisso assumido.

Fica muito fácil fazer campanha em um país onde tradicionalmente a memória é curta. Assim, promete-se mundos e fundos e depois da fatura levada sai-se assoviando tranquilamente. O papel de quem ficou fora é levantar o cartão amarelo a cada falta cometida. É ser uma espécie de juiz do jogo.

Precisamos desse ator no cenário político local, é imprescindível!, pois durante os oito anos do governo Lula, que agora de certa forma segue com Dilma, houve um gasto bilionário em publicidade e propaganda pintando de rosa uma situação que hoje vemos precária ao extremo. Só o fato de um atual ministro ter admitido que os 180 milhões reservados para o programa de controle de emergências e catástrofes não ter saído do papel - isso depois das tragédias da região serrana do Rio de Janeiro - mostra bem a quantas andava o governo "mil maravilhas" do Sr. Luis Inácio.

De posse do governo de vários estados importantes, governando para nada menos que 505 da população, a oposição tem poder e voz para fazer esse papel. Só precisa acertar os ponteiros e combinar com seus jogadores que, até agora, preferem ficar se esbofeteando no vestiário.