Falar em desindustrialização durante o Plano Real é brincadeira né? Houve isso na era Collor com a abertura em tempo recorde das importações, mas era característica do projeto daquele governo para modernizar e ampliar a oferta de produtos, o que gerou frutos futuros, sentidos até hoje em dia. Para quem viveu a década dos anos 1980, a variedade de produtos na prateleira dos supermercados era ridícula perto do que temos hoje. No governo FHC a abertura ainda continuou, mas de forma bem mais gradual e elaborada.
Durante o Plano Real e sucessivamente, houve um maciço ingresso de investimentos externos na área produtiva, sendo essa entrada de dólares uma das âncoras do plano. Só na área da indústria automobilística, entraram com fabricação no país durante o governo de Fernando Henrique nada menos que OITO marcas (Peugeot, Renault, Citroën, Audi, Land-Rover, Toyota - até então uma pequena fabrica artezanal de jipes, Honda, Mercedes-Benz automóveis, Dodge-Chrysler, fora a brasileira Troller. Tivemos ainda no setor de caminhões a Volkswagem em Resende-RJ, a Iveco em Minas e a Internacional no sul, mais algumas montadoras de motocicletas como Kasinski e Sundown por exemplo. A produção de veículos no país cresceu absurdamente ultrapassando a marca de 2 milhões/ano, sendo que na época o Brasil tinha status de "bola da vez" como hoje. Só perdeu fôlego por causa das crises em vários países emergentes que aqui ainda afetavam, pois o país ainda estava passando por amplas reformas estruturais que fundamentam o crescimento do Brasil até hoje em dia. Naquela época, um espirro na Turkia refletia em todos emergentes, independente da real situação. O termo BRIC ainda estava em gestação e após sua aceitação junto ao mercado internacional, fez com que esses agentes começassem a separar o joio do trigo em termos de países emergentes, facilitando a nossa vida.
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