quarta-feira, 17 de março de 2010

Lula, o governo da lorota.

Infraero investe menos da metade do previsto em 2009

Estimava-se que, em média, a Infraero investisse cerca de R$ 2,7 milhões por dia, durante o ano passado. No entanto, ao fim dos 365 dias, só foi possível alcançar 43% dessa meta, o que equivale a R$ 1,1 milhão diário. Em 2008, o índice percentual de execução do orçamento previsto para investimentos foi ainda menor: apenas 17% dos R$ 2,2 bilhões previstos para o ano foram aplicados. De acordo com o relatório anual de 2009, divulgado pela empresa na semana passada, “a alavancagem do índice de realização dos investimentos”, de 17% para 43%, é resultado de esforço na implantação de uma nova estratégia de planejamento e controle dos investimentos.


Em média, a execução dos investimentos da Infraero permaneceu pela metade nos últimos seis anos. Entre 2004 e 2009, a Infraero investiu R$ 2,1 bilhão de uma dotação de R$ 5,6 bilhões para investimentos – 38% de execução. No ano passado a Infraero investiu R$ 421,3 milhões em obras e equipamentos, de um total de R$ 981,6 milhões previstos para o ano. Neste montante estão incluídos R$ 215,3 milhões aplicados exclusivamente em serviços de engenharia, como a instalação de módulo operacional no aeroporto de Florianópolis (SC), as novas torres de controle dos aeroportos de Fortaleza (CE) e Congonhas (SP) e outras ações.


A Infraero, por meio de sua assessoria, afirma que, em 2008, grandes obras programadas sofreram intervenção por parte do Tribunal de Contas da União. “Para atender às recomendações do tribunal, o cronograma inicial de execução ficou comprometido, ocasionando atrasos que impactaram significativamente na realização prevista para o exercício”, diz em nota. Por consequência, de acordo com a empresa, as realizações de 2009 também ficaram comprometidas, “ocasionando um índice aquém do estimado”.


A estatal vê, no entanto, como significativo o salto de 17% para 43% na realização do orçamento de investimentos e atribui a conquista aos “esforços envidados na busca de soluções dos entraves”. Segundo o relatório da empresa, a gestão financeira, em 2009, esteve concentrada na redução de custos para “minimizar o descompasso entre o crescimento da receita e da despesa operacional e na otimização dos recursos disponíveis, para garantir os investimentos prioritários nas áreas operacionais e de segurança”. Em linhas gerais, segundo avaliação da empresa, 2009 foi um ano em que a Infraero ocupou posição de destaque no desenvolvimento social e econômico do país.


Para a empresa, os trabalhos realizados no ano passado foram pautados em estratégias que se alinham com as do governo federal. “A execução dos investimentos visaram suprir as necessidades impostas pelo aumento da demanda nos aeroportos brasileiros e pela necessidade de manutenção da qualidade, segurança, conforto e eficiência operacional da rede de aeroportos e unidades de navegação”, garante o relatório anual da estatal.


Demanda no setor deve crescer 10%

Na semana passada, durante evento no Aeroporto Internacional do Galeão/Tom Jobim, no Rio de Janeiro, a presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, Solange Vieira, disse que o Brasil precisa fazer investimentos na infraestrutura dos aeroportos para que possa suportar a expansão do setor aéreo. Segundo a diretora, o mercado deve registrar um crescimento de 10% em relação ao ano passado, quando já havia contabilizado um acréscimo de 17%.


A infraestrutura aeroportuária brasileira, segundo análise da própria Infraero, pode ser equiparada aos padrões internacionais e está sendo modernizada para atender à demanda dos próximos anos. “Os investimentos devem ser direcionados aos aeroportos com maior grau de comprometimento da capacidade de tráfego de aeronaves, passageiros e carga, bem como àqueles de interesse estratégico do governo federal”, afirma a assessoria.


De acordo com o programa de dispêndios globais das empresas estatais para 2010, a Infraero tem previsão orçamentária de R$ 1,5 bilhão para investimentos em 2010. A expectativa da empresa é superar a média atingida nos últimos anos e executar entre 80% e 90% desse total.

Milton Júnior
Do Contas Abertas

17/03/2010

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