O primeiro debate do segundo turno realizado pela TV Bandeirantes na noite desse domingo deu a José Serra uma vitória burocrática. O termo serve para ilustrar uma noite em que, de um lado, Dilma Rousseff, vestida numa atitude agressiva e suicida, partiu para o ataque raivoso, transparecendo uma personalidade já conhecida de quem conviveu com ela nos bastidores do poder mas que o público ainda não havia presenciado ao vivo e em cores. Do outro, José Serra manteve-se controlado, mas deixou de consolidar sua superioridade perdendo oportunidades de chutar ao gol diversas "bolas levantadas" pela adversária. Fosse um jogo de futebol, Serra teria ganho por 1 X 0, com alguns gols perdidos na pequena área.
O principal trunfo de Serra foi a postura de não cair na armadilha de revidar no mesmo tom. Traria sério desgaste uma atitude nos mesmos moldes, o que Serra soube evitar, mesmo sendo atacado por golpes baixos, como quando sua esposa Monica Serra foi arrolada por Dilma de maneira totalmente deselegante.
Imaginando-se em um jogo de xadrez, coube a Serra administrar a cólera da adversária, mostrando-se calmo, as vezes irônico, mas passando para o telespectador que um postulante ao cargo máximo do país tem que estar preparado para situações desconfortáveis, sem perder a compostura. A tática de Serra foi justamente mostrar-se preparado para assumir o poder, pois contabilizou para si a imagem de apaziguador e tolerante, com capacidade para rebater com classe. Mas poderia ter aproveitado mais. Não usou seu tempo para angariar votos dos simpatizantes de Marina Silva, esquecendo de tocar no assunto meio-ambiente. Dilma, que tampouco tocou no assunto, portou-se como alguém que estaria por baixo nas pesquisas - o que não é o fato - e que precisasse a qualquer custo atirar uma bala de prata no adversário.
Essa tática já foi provada ineficaz em eleições passadas. Em 2006, logo no primeiro debate do segundo turno, Geraldo Alckmin partiu com a faca nos dentes para cima de um Lula ainda "paz e amor". Diferente de Dilma, o tucano tinha motivos para tal atitude: vinha numericamente inferiorizado nas pesquisas e tinha ainda a questão do dossiê dos aloprados entalado na garganta. Para quem torcia por ele nas eleições ou era politicamente engajado na sua campanha, sua agressividade foi um colírio aos olhos, um desabafo gostosamente aplaudido.
O problema é que para o eleitor médio, que não acompanha os detalhes da política, a imagem que ficou foi a de destempero, de algoz. Em São Paulo, nas eleições municipais de 2008, foi a vez de Marta Suplicy tentar a mesma estratégia, também no segundo turno, e fracassar diante de um Kassab sereno, que soltou até um "virgem maria!", referindo-se a candidata raivosa. Em ambos os casos, foi a senha para a derrota depois nas urnas.
O COMANDO DA CAMPANHA DE SERRA NÃO ACOMPANHA OS SPOTS DE RÁDIO DA CONCORRENTE? PRECISA JA ENTRAR COM RESPOSTA CLARA AS MENTIRAS QUE O PT SOLTA NOS RADIOS! É SÓ MENTIRAS: QUE O PSDB E SERRA SEMPRE FORAM CONTRA O BOLSA FAMILIA (O PSDB QUE INVENTOU O BOLSA FAMILIA!), QUE VAI PRIVATIZAR PETROBRAS, E UM OUTRO MONTE DE CASCATAS! O POVO OUVE RADIO O DIA TODO, NO TRABALHO, NO BAR, NO CARRO, NO CELULAR, NO ONIBUS. TINHA QUE FAZER SPOTS FALANDO: O PT MENTE NO PODER, ESCONDENDO ESCANDALOS E CORRUPÇÃO, E MENTE NA CAMPANHA PARA GANHAR DE QUALQUER JEITO, JOGA SUJO: AI ENTRA A EXPLICAÇÃO DA MENTIRA. TEM QUE NEUTRALIZAR ISSO, POIS O POVAO NAO ACOMPANHA INTERNET PRA SE INFORMAR. RADIO É ALTAMENTE PENETRANTE NAS CAMADAS MAIS SIMPLES. ACOREDEM CAMPANHA! PO! TEM QUE ENTRAR COM DIREITO DE RESPOSTA JÁ NO TSE!
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